quinta-feira, 16 de junho de 2011


História, e devaneios.

Daiane Leticia Colombi


A história perpassa na existência de cada orvalho, cada folha, cada ser nas suas mais diversas atitudes, medos, vitórias, glórias, devaneios, e qualquer outro sentido racional ou não. Mas o questionamento em pauta, coagindo do centro d’alma, que se pretende indagar ao leitor é, “o que é história, como surgiu?” Devemos, prioritariamente, entender a multiplicidade de informações jorradas diariamente, entender que não é o ser humano o protagonista de tudo o que vemos e sentimos, e sim a existência do mesmo e de todo o cosmo.

Mito e história, a saga de boa parte dos historiadores, e afirmo, não com veracidade, que a muitos deve sucumbir ao extremo do delírio, é a tentativa ingênua de desvendar o destino fúnebre da antiguidade até os dias remotos! Em meio a catástrofes naturais, mortes, guerras, o ser humano conseguiu transformar quase todas as experiências, em letras, desencadeando em palavras com homofonias por muitas vezes semelhantes e significados totalmente independentes. Assim como Lucrécio, é possível comparar letras a átomos, numericamente tão insignificante, mas que compõe toda nossa diversidade. Mas bem, não adentremos na problemática das palavras, e sim na sua representativa importância para a história, e penso que o leitor desconfia do rumo ambíguo desta trama, estas tais palavras de homofonias parecidas e significados independentes compõem boa parte do entendimento histórico e espiritual, nos confiada como “verdade”, pelas instituições e intelectos de todas as partes.

Deve se tratar com extrema delicadeza a transformação de qualquer ação em palavras, até mesmo pela dificuldade que isto representa, acredito na minúcia do escrivão ao exibir no papel, por exemplo, todo o sentimento que culminou a uma guerra, toda a alegria de uma gloria, toda a observação minuciosa de uma obra de arte. E talvez por se tratar de algo tão paradoxo, ao ler um documento, sente-se a insegurança de estar pisando em falso.

O que se pretende neste trabalho, não é apresentar referências de documentos, que para o autor do mesmo, possa ser confiável ou não, e sim discutir a problemática do tempo e a história. É de ingenuidade mundana acreditar que não há fontes confiáveis, e vice e versa, aos que acreditam demasiado nelas. Sabemos da importância dos documentos, e fontes, na atualidade de nossa evolução, pois sem estes não há historia, mesmo ela existindo independente da vontade coletiva. O estudo da historia tem sua importância, justamente (mas não unicamente) na tentativa de pesquisar a fundo o que envolve, atinge o ser humano e sua morada, e penso, devemos esquecer as oscilações entre o abstrato e o real, pois não sabemos muito da existência do todo, podemos estar dando passo para trás com isso, mas estamos dando passos!

Assim como o filme Mulhollan Drive de David Lynch, lançado em 2001, em uma cena, em que duas moças se encaminham a uma espécie de teatro misterioso, onde o ilusionista apresenta um espetáculo brincando com o surreal e permitindo dar formas inimagináveis a cabeça dos espectadores, pode se compreender alguns dados históricos. A moça (espectadora) assustada ouvia com atenção os devaneios do ilusionista que proferia a seguinte frase: “não tem banda, isso tudo é uma gravação, não tem banda, mas mesmo assim ouvimos uma banda, se quiserem uma clarinete, ouçam, é tudo uma gravação”. Incrivelmente torna-se útil, para esta escrivã, aplicar ao contexto que tento vos explicar, e pode simplificar tudo o que foi dito antes, apenas utilizando das palavras do ilusionista as minhas, NÃO TEM HISTÓRIA, ISSO TUDO É UMA GRAVAÇÃO, NÃO TEM HISTÓRIA!



sábado, 11 de junho de 2011

Engenhosa
Daiane colombi

Por volta do séc. XIX nas grandiosas montanhas de Los Andes no Chile, um objeto de aparência estranha, que mais parecia uma obra mau feita de um cientista (sem dedos) maluco, foi avistada pelo historiador Ville Betunii. Nem esforços minuciosos, trabalhos contínuos e algumas pílulas para dor de cabeça bastaram para a compreensão daquela geringonça de parafusos soltos, que media 2 metros de altura e 1 metro de largura.
Ville entregou sua vida a um estudo profundo de reflexão sobre o objeto, analisou cada detalhe, e logo percebeu que o paradoxo que jazia em sua sala era o maior invento de todos os tempos. A máquina não só pertencia ao mundo físico, era envolto de algo sobrenatural, que irradiava energia sem precisar das modernidades humanas.
Para a tristeza da mulher de Betunii, a única pessoa que lhe deu efetivo valor em quanto vivo, Ville faleceu antes de completar sua teoria, mas como bom historiador fracassado que foi se preocupou em escrever passo a passo suas descobertas e testes que fizera na maquina durante sua ignóbil vida amargurada.
A máquina desde a perda de seu mentor ficou jogada numa sala, e como que sem importância estava tapada por um pequeno lençol fino de cor hospitalar. Porem num dia de sol e chuva Loreta, uma garota de aparência pálida, chegou à porta da casa da mulher do falecido fracassado e tocou a campainha-que não funcionava. Mas a mulher do defunto atendeu misteriosamente o chamado, é que ela estava por acaso olhando a paisagem da janela de seu quarto. Conversaram por um longo tempo, já que não dialogavam há muitos minutos com alguém.
Alguns anos se passaram (três anos), e Loreta finalmente descobriu a descoberta. Com a ajuda dos escritos de Betunii e sua criatividade imparcial, ela avistou uma abertura ao lado esquerdo da maquina levando a uma alavanca grossa de metal. Muito extraordinariamente a alavanca quando puxada brincava com o tempo, fazia a massa se transformar em energia e energia em massa, tele transportando quem quisesse pra lá e acolá.
Loreta ficou tão contente que até ganhou cor de gente, mas ela nunca revelou seu segredo-a não ser a um homem lindo de olhos verdades com quem trocava saliva, a sua querida mamãe de seios fartos, a vizinha que fazia bolos de chocolate, ao moço estrábico que cortava grama, a tia de sua mãe com nariz de batata e voz de peixe, ao padeiro que via unicórnios. O fato era que a garota descobriu uma maquina do tempo, e descobriu como usar a maquina do tempo! Desde então Loreta passou a brincar de ir e vir ultrapassando as barreiras da historia, mudando rumos, salvando pássaros e pessoas pelo tempo a fora.
Loreta morreu de desinteira num dia frio de agosto aos 104 anos, mas deixou sua descoberta para o mundo, que nunca descobriu nada. O que se tem duvida é, isso tudo aconteceu ou é um deslocamento das vias cerebrais de todos que nela tocaram? Um senhor psiquiatra afirmou a veracidade da maquina! Publicou vários depoimentos sobre sua viagem e de seus pacientes. O mistério permanece, e quem quiser saber mais é só fechar os olhos e imaginar... Pois tudo isso não passa de um sonho.